sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

O Bem-Amado

O amor parece que é a chave que abre o entendimento do todas as doutrinas cristãs. O amor está associado a tudo, ou melhor, tudo está associado ao amor. Quando o Mestre foi questionado acerca do mandamento mais importante Ele deu uma lista com dois: Amar a Deus sobre tudo e amar o próximo como a si próprio. O apóstolo Paulo, escrevendo aos coríntios, disse que sem o amor tudo é em vão, o que fazemos não passa de movimento e barulho inútil. Portanto compreender bem a “dinâmica” do amor é de extrema importância para qualquer humano e deve ser um grande prazer para os que acreditam e confiam em Cristo e em tudo que a bíblia diz.

Quem nunca ouviu ou falou: “Jesus te ama!” alguns até complementavam: “Jesus te ama e eu também!” alguns com segundas intenções, outros não. O que é importante é que esta simples frase, que se tornou um chavão evangélico, transmite uma informação capaz de transformar qualquer pessoa, isto quando compreendida plenamente. Entender que, de fato, Jesus me ama e entender também quem é Jesus e o que Ele fez para a humanidade é poderoso suficiente para transformar o homem mais perverso em um cristão piedoso.

Quero continuar falando sobre este assunto a luz de uma história contada por Jesus. A parábola do filho pródigo , registrada em Lucas 15, é uma das mais pregadas, comentadas ou cantadas passagens da bíblia. Quem já leu sabe o porque disso, a essência desta história e emocionante e transformadora. Falarei um pouco sobre o filho mais velho relatado por Jesus.

O irmão mais novo deste personagem cometeu o ato de desrespeito mais profundo que alguém poderia imaginar: pediu ao Pai deles, ainda em vida, a parte da herança que lhe cabia. Este fato isolado já seria motivo para grande revolta, o irmão mais novo de nosso herói praticamente disse ao seu pai, e para quem mais quisesse ouvir, que ele desejava que o pai estivesse morto. O que mais chocou o mais velho, no entanto, não foi este pedido maldito, mas sim que o seu amado pai o atendeu.

Não demorou muito, após ter recebido a herança, o filho mais novo partiu para um lugar distante e em um relativamente curto espaço de tempo gastou todo o seu dinheiro e acabou voltando para a casa. Durante este tempo, o mais velho passou a servir o seu pai com mais zelo ainda, trabalhava dia e noite, tudo na fazenda estava em ordem, o mais novo não fazia nenhuma falta. Era difícil para ele entender porque o pai parecia tão triste, aquele rapaz, que outrora era chamado por ele de irmão, cometeu um ato tão grave antes de partir, que a sua viagem deveria ser para todos um prazer.

No final de mais um dia de trabalho, chegando em casa para descansar para outro dia de muito labor, o mais velho ouviu um som de festa em casa. Imediatamente desconfiou, mas sem ter certeza chamou aos gritos um empregado e perguntou o que estava acontecendo, qual era o motivo de tanta festa. Sem pensar duas vezes o empregado exclamou com alegria: O seu irmão voltou e o seu pai mandou preparar uma grande festa! Fico imaginado a reação do empregado quando percebeu a ira no rosto do mais velho, certamente ele esperava ver um rosto feliz e também certamente ouviu alguns insultos ou sofreu agressões, coitado.

Como o mais velho não queria entrar de maneira nenhuma em casa o pai foi ao seu encontro. É neste diálogo que quero refletir sobre o amor.

“O filho mais velho encheu-se de ira, e não quis entrar. Então seu pai saiu e insistiu com ele. Mas ele
respondeu ao seu pai: ‘Olha! todos esses anos tenho trabalhado como um escravo ao teu serviço e nunca
desobedeci às tuas ordens. Mas tu nunca me deste nem um cabrito para eu festejar com os meus amigos. Mas quando volta para casa esse teu filho, que esbanjou os teus bens com as prostitutas, matas o novilho gordo para ele!’
“Disse o pai: ‘Meu filho, você está sempre comigo, e tudo o que tenho é seu. Mas nós tínhamos que celebrar a volta deste seu irmão e alegrar-nos, porque ele estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi achado’ ”


1- A essência do amor do pai

O filho mais velho encheu-se de ira, e não quis entrar


O fato do mais velho não entrar em casa queria dizer algumas coisas. A primeira é que ele achava a atitude do pai totalmente incoerente. Não faz o menor sentido o pai receber em casa, e ainda com festa, um traidor. Ele também achava injusto o outro filho de seu pai gozar dos benefícios da fazenda, ele já esbanjou o que tinha direito, na verdade ele estava gozando da parte que seria do mais velho. Participar de tanta incoerência e injustiça seria o significado de entrar na casa.
A grande dificuldade do mais velho é entender essência do amor do pai. O amor do pai é por seus filho não por suas ações. È fato que o pai reprova atitudes de seus filhos, mas o seu amor está acima disso. O seu amor é incondicional. Logo o pai não está sendo injusto, está exercendo o seu amor.

2- A essência do ciúme do mais velho

“Olha! todos esses anos tenho trabalhado como um escravo ao teu serviço e nunca desobedeci às tuas ordens. Mas tu nunca me deste nem um cabrito para eu festejar com os meus amigos. Mas quando volta para casa esse teu filho, que esbanjou os teus bens com as prostitutas, matas o novilho gordo para ele!”


O mais velho, por não entender o amor do pai, se sentia por cima do mais novo. Todos os anos de serviços prestados e de fidelidade, na sua mente, o qualificavam como melhor filho. O ato de receber de volta o mais novo era uma traição. Preparar uma festa com as melhores comidas e bebidas, com danças e música, deveria ter outro motivo, esta festa deveria celebrar a justiça e a retidão do mais velho! Esta foi a reclamação: para mim, que sou fiel, nunca demonstraste tanto amor e para este outro traidor fazes todo este carnaval!

A questão passou do que o pai fez pelo mais novo para que o pai nunca fez pelo mais velho. O ciúme se revelou de maneira intensa. Para o mais velho era algo impossível comparar os dois irmãos, ele era obviamente o melhor, em todos os aspectos, isto estaria fora de discussão, mas a atitude do pai parece dizer exatamente o contrário. O sentimento de traição invade o coração do mais velho.

3- Os Bem-Amados do pai

“Meu filho, você está sempre comigo, e tudo o que tenho é seu. Mas nós tínhamos que celebrar a volta deste seu irmão e alegrar-nos, porque ele estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi achado”


Esta foi a resposta do pai diante de todo ciúme do mais velho: “Meu filho, você está sempre comigo, e tudo o que tenho é seu.” Esta resposta aparentemente simplória revela algo sobre a relação entre o pai e o mais velho: O mais velho não tinha idéia do amor do pai por ele. O mais velho não compreendia o fortíssimo laço que o unia ao seu pai.

Ser amado, aceito, respeitado, incluído é tudo que queremos. Se prestarmos a atenção em nossas atitudes e palavras durante a vida vamos notar que uma parte muito grande do nosso tempo é gasta nas mais diversas tentativas de sermos amados, respeitados, admirados ou aceitos. Nossa carreira profissional, nossos bens, nossas palavras estão repletas destas coisas, queremos ser importantes e queremos que os outros saibam disso, ser admirado pelo que fazemos é um grande prazer, isso é verdade, ninguém pode negar.

O difícil de entender é como o pai amava igualmente os dois filhos, suas atitudes são tão diferentes. Aí habita a grande crise do mais velho, ele acha que o amor do pai está relacionado a tudo que ele faz de bom. Ele não entendia o grande amor do pai, que está acima de todas as circunstâncias. Como ele ama igualmente os dois, um sempre está com ele e o outro acabou de chegar de uma longa e desgastante viagem é natural festejar o reencontro. Olhando pela ótica do amor do pai nada do que foi feito é incoerente ou injusto, tudo faz sentido e é natural.



Quando compreendemos nossa condição de bem-amados do Deus altíssimo tudo muda em nossa vida. Esta compreensão Gerada pelo Espírito em meu ser é suficiente para me transformar em um homem fiel a Deus em tudo, sem murmurações ou ciúmes. Não preciso mais fazer malabarismo para ser aceito, Jesus realmente me ama. A esperança de estar com ele eternamente nos traz uma paz e uma segurança incompreensíveis para os não entenderam este amor.

Viver como Bem-Amado do Altíssimo e gozar todos os benefícios deste infinito e incondicional amor é talvez expressão mais precisa da vida abundante prometida por nosso Senhor e Salvador.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Estudos em 2009

Estamos, eu e Marcos Alves, preparando uma programação especial para o início de 2009. Vamos, durante a escola bíblica, ouvir sobre a reforma protestante e um pouco do seu "desenrolar" durante os séculos.

Quem quiser já começar dar uma olhada, estou colocando um arquivo de texto com a Confissão de Fé de Westminster, na íntegra. Este será o assunto da última aula, no dia 16 de Fevereiro do ano que vem.


Confissão de Fé.doc


Se o arquivo não baixar com um clique simples, clique com o botão direito do mouse e escolha "salvar link como".

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Simplesmente para Ele

Durante todo este ano desempenhei a árdua e gratificante tarefa de coordenar a Escola Bíblica de minha comunidade. Gratificante principalmente porque conheci melhor algumas pessoas. Aprendi muito sobre relacionamento cristão; aprendi ser mais piedoso, a valorizar as qualidades de pessoas, a enxergar pessoas próximas como instrumentos do Altíssimo para minha edificação e me percebi também como instrumento do Deus Santo, não de forma mirabolante ou sobrenatural, mas simplesmente através da caminhada. De bônus ainda construí amizades até então improváveis. Este foi um ano e tanto para mim!

No entanto, é a parte árdua que me convida a meditar neste momento. Na verdade não as problemáticas propriamente ditas, mas a forma como lido com elas.

Tiago, em sua carta, escreveu o seguinte:

Quando pedem, não recebem, pois pedem por motivos errados, para gastar em seus prazeres.


Quando lia este texto sempre pensava em uma situação semelhante a que ouço em várias canções "cristãs", onde clamamos a Deus para que sejamos exaltados de várias formas. É claro que para não ficar muito descarado e também para que o nosso coração não fique se sentindo mal, nós dizemos que é para a Glória Dele, mas não quero falar sobre isso agora, quero falar como este texto tem muito, mais muito mesmo, mais "a ver" comigo do que eu pensava.

Quando penso nos problemas que enfrentei durante este ano coordenando a EBD penso imediatamente na frequência dos alunos. As estratégias que usamos não surtiram praticamente nenhum efeito, nosso "público" não aumentou da maneira que esperávamos. Nos dedicamos no preparo das aulas, convidamos as pessoas, chegávamos cedo para preparar as salas, escolhemos revistas com cuidado, oramos bastante, entre outras coisas e "NADA". Não conseguimos despertar o interesse pelo estudo da Bíblia, pelo menos nos domingos pela manhã, da forma que esperávamos em nossos irmãos.

Meditando, estes dias, em como "anda" meu coração percebi que estou pedindo muito mal! Porque será que eu quero o "sucesso" da EBD? Porque é desejo do meu coração que todas as classes tenham alunos dedicados, pontuais e presentes? Será que eu desejo que meus irmãos cresçam no conhecimento de Deus e vivam na prática de sua Palavra? Claro que sim! Mas será que este é o maior motivo de minhas orações?

Percebo agora como a exortação de Tiago é adequada a mim. Quando achamos que nosso trabalho é importante e que deve ser valorizado simplesmente porque nos dedicamos a ele cometemos um terrível pecado. Este pecado é tão terrível quanto sutil. A expressão "glória a Deus!!!" tão gritada em nossas igrejas, deve fazer parte de nossas vidas de maneira plena. Toda glória é dele. Tudo que temos, somos e fazemos é Dele e para Ele. O Deus Eterno é dono de Tudo!

Este pecado não consiste em querer tomar a Glória de Deus para si, mas sim de querer um pedacinho dela. Meu coração clamava por reconhecimento, meus olhos queriam observar que "está valendo a pena", eu queria falar para mim mesmo: "como meu trabalho está sendo importante". A questão não se concentra em fazer para Deus, mas sim em fazer simplesmente para Deus.

Ele é o Deus Eterno, Digno de TODA honra e glória. Queridos, façamos tudo para a glória Dele, façamos tudo simplesmente para Ele. Devemos nos esvaziar de toda vontade de ser recompensados por nossos grandes ou pequenos feitos. A cada instante de nossas vida devemos reconhecer de forma profunda em nosso coração que nosso Salvador nos deu uma dádiva tal que a única atitude que faz sentido é dedicar tudo a Ele.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Oração


Como tomar uma decisão importante em um momento de dúvida? E quando esta decisão é, de fato, muito importante? As vezes faço cada bobagem! Acho que não sou a pessoa mais indicada para responder estas perguntas. Na verdade me sinto muito a vontade para fazê-las.

Quando eu era mais novo, de idade e na fé, eu achava que se eu fizesse uma "oração forte" e abrisse a bíblia com "fé" de maneira aleatória e escolhesse um versículo, também de forma aleatória, desta página, eu ouvira a voz do Altíssimo e saberia assim qual decisão tomar. Que bobagem!!!

Mais recentemente eu achava que bastava continuar vivendo de maneira normal e Deus em algum momento, de alguma forma, através de alguma coisa ou pessoa, me orientaria. Isto também é uma bobagem, não tão grande quanto a primeira, eu acho. Será? Não sei.

Deus fala conosco de muitas maneiras, através de pessoas, de circunstâncias, de coisas do cotidiano, de coisas extraordinárias e simples. Fala também através da Bíblia e das exposições desta feita pelas mais diversas pessoas. É verdade, mas se queremos, pelo menos eu quero, ouvir o Criador e Senhor, porque não pedir a Ele que nos fale? Estou falando, é claro, da oração.

Por algum motivo Deus não espera que sejamos totalmente passivos, esperando uma resposta a qualquer momento, nem que sejamos por demais ativos, providenciando uma resposta supostamente divina.

Que bom que temos um bom modelo a seguir! Nosso Mestre Jesus, quando esteve entre nós, mesmo conhecendo todos os planos e cuidados do Pai estava constantemente orando. Isso deve nos motivar a estar sempre em oração, mesmo quando não temos nenhuma grande dúvida ou nenhum problema.

Orar é muito mais que um ritual ou que um dever cristão é um prazer-necessidade de alguém que tem parte com o Altíssimo.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Pecadores

Estou de trabalho novo! Na verdade não é exatamente novo, estou trabalhando um dia a mais em Cabo Frio. Não é fácil encarar duas turmas já iniciadas, para ser mais sincero, quase terminadas. Eu só darei quatro aulas para cada uma dessas turmas. Mas a maior dificuldade que estou enfrentando é equacionar a minha nova agenda. Minha aula de análise 2, em Cabo Frio, termina as 10:30h e a aula de Cálculo 2, em Niterói, começa as 7:00h. Ufa, é dureza!!!


Nesta terça, ou melhor, quarta, cheguei 2:00h em casa e não consegui trabalhar na "quarta", mas o que eu quero falar mesmo é sobre algo que eu observei no ônibus da madrugada, não dos meus olhos pesados.


Desci do ônibus da 1001 no Moinho e, por sorte, encontrei o meu outro ônibus me esperando, sai correndo meio sonolento (dormi de São Pedro até Itaboraí), entrei no coletivo e logo tomei assento. Passados uns dois ou três segundos notei, dois bancos a minha frente, um casal formado por dois meninos. A visão foi repugnante! Foi para mim muito desagradável ver algumas carícias e gracejos. No entanto, como escrevi um dia desses, Deus é, de fato, um mestre e me ensinou algo valoroso, "ouça" só....

Na hora de um dos meninos descer, um grupo de senhores, talvez metalúrgicos, começou a hostilizá-los de uma forma tão grosseira e covarde que minha repugnância inicial mudou de lado imediatamente. Ao ver os meninos "acuados em um canto" notei sua fragilidade e sua carência. Percebi como o pecado se tornou juízo sobre eles mesmos.

Passei a ter compaixão e notei, mais uma vez, como sou pecador. Notei que a diferença entre aqueles meninos e eu não está simplesmente baseada na "opção sexual", como dizem em nosso tempo, mas sim na Salvação em Cristo que encontrei, salvação esta, que não dependeu em nada de mim, mas sim da imensa misericórdia e amor de meu Senhor. Salvação esta, que pode chegar até estes meninos a qualquer momento, e se isto acontecer (queira Deus) que diferença haverá entre nós? Como foi grande meu pecado!

Fico, agora, um pouco triste pois nada fiz. Fiquei o tempo todo quieto só observando. Confesso que até pensei em dar um apoio moral para o menino que ficou no ônibus, mas, como já disse, nada fiz.

Amar o pecador é uma ordem de nosso Senhor. Cumprir esta ordem implica, em várias situações, em nos despir do nosso orgulho. Que Ele nos ajude a cumpri-la!

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Interrogação


O que escrever?

Esta pergunta me faço todas as sextas depois de minha aula cálculo 2. Penso nas coisas que vivi, nas situações que me ensinaram algo ou em algo que me chamou a atenção e me fez lembrar de alguma verdade cristã. Algumas vezes, quando termino de escrever, a ideia inicial parece apenas um detalhe escondido no texto mal escrito, outras vezes esta ideia aparece em negrito fonte 50.

Em geral, essa pergunta fica sem resposta em minha mente no máximo um minuto. Sempre tem algo notável, algo especial ou estranho. Hoje não. Não sei o que aconteceu. A coisa então que mais me chama a atenção agora é exatamente a falta de assunto. Não que não tenha acontecido nada de bom ou importante esta semana, mas nada do que vi ou vivi me anima a escrever, pelo menos que eu me lembre agora.



Isso me leva a outra pergunta: porque escrever? Sei que tenho poucos leitores e que meus textos não são lá estas coisas, mas estes fatos não me desanimam. Gosto de escrever, de expressar como observo o mundo e como percebo o governo de Deus. Tenho prazer em dizer aos meus poucos leitores como Cristo é importante para mim e como cresço observando e ouvindo amigos. Escrever este blog tem sido, para mim, um agradável exercício espiritual.

Meio que sem querer acabei encontrando um "o que" para esta postagem: o porquê.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Eu, Daiane e ...

A idéia de ter um filho é ao mesmo tempo assustadora e excitante. A possibilidade de ter, em breve, uma pessoa bem pequenininha e frágil, totalmente dependente de mim, em minha casa me causa estes dois efeitos. Quero deixar claro que Daiane não está grávida, pelo menos até mês passado não estava. Quem sabe em breve?

Fico pensando em quando meu filho(a) for adolescente e fizer alguma besteira, certamente ele fará algumas! Como me comportarei? Como será minha disciplina? Qual é o melhor método? O mais eficiente? Certamente ninguém poderá me responder isto agora. Esta pessoa com meu sobrenome e genes ainda não existe e, por isso, ainda não fez nenhuma travessura.

Gosto muito de ver um seriado americano que passa diariamente no SBT, seu nome, na versão brasileira, é Eu, a Patroa e as Crianças, acho que quase todo mundo conhece. O que me chama mais a atenção é a forma criativa, e as vezes cruel, que o Pai da família castiga seus filhos. Os métodos utilizados estão sempre relacionados aos "delitos" cometidos e procuram ter, pelo menos na mente doentia do Sr. Kyle, cunho didático.

É verdade que este é um programa de humor e não deve ser modelo para ninguém, mas um episódio particular me chamou muito a atenção (assisti pela quinta ou sexta vez esta semana!), deixe-me descrevê-lo sucintamente focando no que quero ressaltar.

Por algum motivo houve uma rebelião dos filhos. A mãe estava viajando e os três filhos estavam incomodados com a forma que o pai lidava com eles. Então o pai propôs a seguinte aposta: se vocês ficarem um certo número de dias sem nenhum auxílio de minha parte eu reconheço que sou um péssimo pai, no entanto se algum de vocês quiser ou precisar de qualquer coisa, neste período, de mim deverá reconhecer, publicamente e em voz alta, que estava agindo como um idiota e que eu sou o melhor pai do mundo.


Este episódio me chamou a atenção pois este foi o pior castigo que eu o vi aplicar. A situação dos filhos depois de poucos dias já era insustentável. Eles perceberam que até mesmo as pequenas coisas da vida, como telefonar e ter roupas limpas, era provisão de seu pai. Foi patético, como diz o reverendo.

Como seria terrível ser castigado por Deus desta forma!!! Imaginem: eu me rebelo contra Deus e Ele me diz: não "tá" gostando? Então se virá sozinho! Talvez só percebêssemos completamente este terror após alguns momentos sem o cuidado e a provisão do Pai. O sol, o ar, o clima, tudo vem dele, até mesmo minha saúde física e mental. De antemão já quero dizer: agi como um idiota, O Senhor é o melhor pai do mundo!!!

Também já quero pedir ao Pai: dá-me sabedoria para educar meus filhos que virão!

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Cegueira e Anosmia

Um certo homem, caminhando em São Gonçalo, observou que havia um buraco fundo e fedorento alguns metros adiante. Sabiamente, nosso herói atravessou a rua e continuou a sua caminhada em direção ao Extra (ou ao Metrópole).

De fato, está historinha é banal e sem graça. Não tem emoção nem surpresas, é realmente bem chatinha! Eu só a inventei e contei (como fui criativo!!!)  pois quero ressaltar o motivo do personagem da história atravessar a rua: ele primeiro viu o buraco e depois notou que o que ela havia visto era real e significava perigo. Coisas deste tipo acontecem o tempo todo, principalmente aos moradores de minha esburacada cidade. 

Na vida cristã esta lógica continua valendo, ao ver algo perigoso 
devemos nos desviar imediatamente. No entanto em várias situações a coisa parece não ser tão simples.

Algumas vezes simplesmente não conseguimos ver os buracos fedorentos, nem mesmo conseguimos sentir o cheiro de esgoto quando estamos a um passo de mergulhar na imundice. Agimos como portadores de cegueira e anosmia. Deixe-me dar um exemplo, muitas vezes compramos coisas ilegais (pirataria, contrabando, coisas baratas muito provavelmente roubadas, ...) da forma mais natural do mundo!

Em outras situações conseguimos ver a cratera, mas parece que ela não é real ou não poderá nos causar nenhum dano. Mesmo vendo o buraco e sentido o fedor continuamos
 andando como se estivesse tudo jóia, pensamos assim: o fato de cair no buraco é coisas da vida, todo mundo cai, é assim mesmo, e outras coisas do gênero. Não damos a menor importância para o que diz nosso Mestre, tanto faz.  

A vida cristã é muito importante para a tratarmos com desleixo, disso depende nossas almas. Desviar do buraco precisa ser algo natural.

Que Deus nos ajude!!!

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Mestre

Esta semana está sendo bem singular. Estão acontecendo algumas coisas, não exatamente inéditas, mas bem diferentes do meu habitual. Quero falar sobre duas destas coisas.

Na segunda à noite participei de um culto no lar da mãe de um amigo/irmão. Já participei de vários cultos em lares, mas nunca preguei em um deles. Na verdade o singular não foi isto, o que foi novidade para mim foi preparar e executar um sermão totalmente evangelístico, foi realmente revigorante para mim falar sobre meu Senhor desta forma. Só fico meio entristecido quando percebo que este tipo de experiência deveria ser corriqueira para mim já há alguns anos. Me esforçarei para que de fato se torne.

Ontem à tarde visitei os meus pais, como de costume. Tudo parecia igual a toda semana: perguntas sobre minha saúde, sobre quando vem o netinho, recebi o já tradicional guaravita que eles compram toda semana para mim, coisas deste tipo. Até que em um momento a conversa descambou para um lado meio espiritual e então eu expus o evangelho de Jesus Cristo aos meus pais como nunca havia feito, com paixão e ousadia. Mais uma vez vale o comentário do final do parágrafo anterior.

Outras coisas blogáveis aconteceram esta semana, fiquei sabendo que o casal terra está grávido, bati um papo importante com meu amigo Dougão, que está um pouco afastado, conheci melhor uma irmã da ICA, a Janaína, oramos juntos ontem à noite, e deve ter também alguma outra coisa que me esqueci. Que semana!

Tenho aprendido que a vida não é uma sucessão aleatória de fatos isolados. A expressão que comumente uso para me referir a Jesus, Mestre, é de fato adequada a Ele.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

O porco e a galinha

Ontem ouvi uma historinha bem interessante contada por minha querida irmã Maria Luiza. Ela comparou o comprometimento de alguém a algo com um café da manhã no estilo estado-unidense, (Daiane me ensinou semana passada esta expressão) com bacon e ovos mexidos. Resumidamente a moral da história foi: o porco se compromete com o café da manhã, pois dá sua vida por ele e a galinha apenas se envolve com o café da manhã, pois colocar ovos, por mais que seja doloroso, eu acho que deve ser bastante, é uma tarefa corriqueira para as penosas.

Pois é, de acordo com esta comparação se comprometer e se doar são praticamente sinônimos, como diz aquela velha música do Asaph "Contudo é possível dar sem amar, mas é impossível amar sem dar". E dar o que? A si mesmo!

Tenho dificuldade em aceitar que um verdadeiro cristão pode não entender bem estas coisas. Digo entender não apenas intelectualmente, a nossa relação com o Altíssimo deve ser baseada neste princípio. Note que digo relação com Deus no sentido mais amplo possível, não estou falando de religiosidade.

Deixe-me falar um pouco sobre que princípio é este. O fato do Deus Soberano, Criador e Regente de tudo que existe, ter se dado, a ponto de se entregar voluntariamente para o sofrimento e a humilhação, para nos salvar é motivo mais do que suficiente para nós nos dedicarmos zelosamente a Ele sem nenhum outro interesse.

Se não nos dedicamos a Ele, das duas uma, ou simplesmente desprezamos o que Ele fez, ou não entendemos direito o que foi feito por nós. Tenho dificuldade em aceitar que se uma destas carapuças cabe em alguém este alguém nasceu de novo.

Temos que agradecer ao Senhor pois temos a nossa disposição a sua palavra que é poderosa a ponto de transformar nosso petrificado coração em carne. Um pouco deste transformador evangelho está em outro trecho desta música do Asaph

Tanto Deus me amou
Por isso Ele deu
Não o que sobrou
Mas o melhor do era seu
Assim como Deus me amou
Também eu quero amar

Senhor, que eu seja como o porco!

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Mangá Messias


Semana passada recebi um e-mail publicitário da Livraria Erdos. Este e-mail apresentava e disponibilizava para uma pré venda um livro que me chamou muito a atenção, seu título é "Mangá Messias". A livraria até deu uma amostra grátis, em pdf. Não dá para saber se este inusitado livro é bom ou não, o fato é que a idéia é realmente original e pode alcançar várias pessoas.

Na EBD desta semana estudamos acerca do ministério de João Batista. Notei algo ontem que ainda não havia notado, quando João falou acerca de Cristo usando as palavras

“Eu os batizo com água. Mas virá alguém mais poderoso do que eu, tanto que não sou digno nem de desamarrar as correias das suas sandálias. Ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo. Ele traz a pá em sua mão, a fim de limpar sua eira e juntar o trigo em seu celeiro; mas queimará a palha com fogo que nunca se apaga”.

Eu sempre associei a palavra fogo, que coloquei em negrito, como algo relacionado a um poderoso revestimento vindo da parte de Deus, como algo que capacitaria o crente a dar passos mais largos e firmes. No entanto, uma simples análise do restante da fala de João nos permite concluir que este fogo está relacionado ao juízo de Deus, ou seja Jesus veio para Salvar os seus e para condenar os que não são seus.

Já ouvi irmãos meus pedindo o "batismo com fogo". Me parece que alguns de meus irmãos encaram a vida cristã como um mangá. Existe um famoso personagem chamado Goku. Ele é, de fato, fantástico! Muito forte, divertido, um verdadeiro Pop Star das histórias japonesas. Ele tem um poder bem interessante, de algum lugar vem uma energia que o transforma em Super Sayajin, isto é uma espécie de guerreiro com poderes superiores. Seu cabelo cresce e fica amarelo, coisa de doido! Este poder tem vários níveis 1, 2, 3... O poder que Goku pode alcançar parece que não tem fim. Pelo menos é a mensagem que passa os escritores desta história.

Não somos como o Goku! Nossos super poderes são o amor, a alegria, a paz, a paciência, a amabilidade, a bondade, a fidelidade, a mansidão e o domínio próprio. Estas coisas nos são dadas pelo Espírito e nos armam para viver uma vida cristã sincera e poderosa!

Quando buscamos um místico poder apenas perdemos de vista a simplicidade do Evangelho e nos tornamos insensíveis a vontade de Deus.

Devemos sim ser poderosos, mas nosso poder deve consistir em manejar de maneira excelente a Palavra da Verdade.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Bituca

Tenho pensado bastante em minha infância e nas muitas lições que aprendi em situações que vivi. As crianças são muito observadoras e sensíveis as coisas que observam, pelo menos comigo era assim. No meu caso particular os problemas mais significativos, e instrutivos, foram gerados por outras crianças. Isto posso afirmar que foi uma grande dádiva do meu Senhor, pois muitas crianças são verdadeiramente atormentadas por adultos, algumas vezes seus próprios pais, de várias maneiras e em vários níveis.



Eu era um menino pequeno, tímido e muito feio. Na verdade não era tão feio, tinha apenas uns enormes dentões que me tornavam instantaneamente peculiar, para não usar outra palavra. Hoje estes mesmos dentes ainda estão grudados em minha boca, mas não me incomodam nem 0,1% do que me incomodavam vinte anos atrás. A grande verdade é que eu me sentia de fato inferior aos outros meninos de minha idade. Que bobagem, não é, mas eu, de verdade, me sentia assim.

Quando nos sentimos diminuídos, as outras pessoas instantaneamente notam. Alguns dão tapinhas em nossas costas e dizem: "não se sinta assim!" Outros concordam e dizem a si mesmos: "cada um no seu quadrado!" Outros usam este sentimento dos mais "fracos" em benefício próprio.

É triste, mas somos assim, gostamos de humilhar para nos exaltar. Por exemplo, quando uma mulher fala mal do cabelo de outra mulher ela não está simplesmente dando uma opinião crítica embasada em algum dado científico ou coisas semelhante, ela está dizendo a si mesma e às outras tolas que a ouvem: "meu cabelo é muito mais bonito!" Ou quando falamos para nossa esposa como nosso colega de trabalho é incompetente estamos dizendo para ela: "Seu maridão é muito melhor que aquelezinho!". Somos assim, que pena.

Porém nosso mestre não é assim! Em Mateus 12:20 esta registrado as seguintes palavras de Jesus

Não quebrará o caniço rachado,
não apagará o pavio fumegante.



Nestas palavras Cristo revela algo maravilhoso a respeito de seu caráter. Não é do "feitio" de Jesus terminar de quebrar o caniço que já está rachado, nem mesmo faz parte do caráter do nosso Senhor pisar, como se pisa numa bituca de cigarro, em um pavio quase apagado.

Nosso Senhor não precisa se exaltar, todo o Universo já faz isto! Jesus ama o fraco, o oprimido, o injustiçado de maneira surpreendente. Ele se entregou em favor destes. O comportamento de Jesus é o avesso do nosso, ele não apaga a chama quase extinta, o que Ele faz é transformar uma bituca em uma grande fogueira! Por isso podemos confiantemente entrar em sua presença e expor nossas fragilidades, pois ele sempre está interessado em nos acender e manter ente fogo aceso por toda a eternidade.

Obrigado, Senhor, por seu caráter!!!

Gostaria também de agradecer a meu amigo Marcelo pela inspiração.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Os magos



Os magos do Oriente, descritos no início do Evangelho de Mateus são, de fato, personagens exóticos.

Estou dizendo isto porque eles eram pagãos com P maiúsculo! Eram magos! Parece que eram astrólogos. Sei lá, poderiam até fazer "mapa astral" ou coisas do tipo, sei lá, coisa assim.

De alguma forma eles associaram um peculiar fenômeno astronômico com o nascimento do Messias Judeu. Não sei que tipo de associação foi feita por eles, (se alguém souber por favor, me diga!) mas o fato é que eles acertaram. Estranho, né?

Estas figuras, muito possivelmente, com uma aparência extremamente esquisita (talvez no estilo Walter Mercado) chegaram em Jerusalém perguntando:

“Onde está o recém-nascido rei dos judeus? Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo”
Imaginem a cena. Eu acredito que a chegada dos magos se tornou rapidamente o assunto principal nos "botecos", tanto é que logo chegou ao ouvido de Herodes, o rei daquele lugar. Herodes não gostou nem um pouco daquele papo de rei recém-nascido, inclusive bolou um plano, utilizando os magos como "laranjas", para matar este Menino-Rei. Mesmo sendo violenta e covarde esta atitude do rei não foi nada surpreendente. Qualquer rei quer ser rei até morrer!!!

Nós quase sempre somos assim, quando alguém parece querer a minha posição eu logo dou um chega pra lá.

Outra coisa realmente estranha foi que, como judeu, Herodes deveria ansiosamente aguardar a vinda do Messias. Este é o evento futuro mais importante descrito na Lei. O nascimento do Salvador! Não que ele não tenha associado o que os magos procuravam com a Lei, tanto é que ele foi até os conhecedores das escrituras sagradas para saber onde este menino nasceria, me parece que este simples homem estava disposto a brigar com o próprio Deus para tentar manter seu poder.

Não podemos ser tão bobos! Quando quem vai tomar a nossa posição é Jesus devemos nos alegrar!!! Isto deve ser fruto de nossa nova vida que o próprio Jesus nos deu. João Batista era realmente sábio. Sua frase mais célebre, mais até que "arrependei-vos..." foi:

É necessário que ele cresça e que eu diminua.
Os magos, despidos de orgulho, ao encontrar nosso mestre ainda pequenininho se prostraram e demonstraram toda reverência que lhe era devida e de forma surpreendente foram usados por Deus. Foram as pedras falantes! (faço aqui referência a entrada triunfal, descrita em Lucas 19:35-40)

Independente de nós, Jesus é Rei!





terça-feira, 9 de setembro de 2008

Uma doçura de fé

Este texto foi escrito por meu amigo e presbítero Alessandro Terra.

Ontem recebi uma ligação da esposa de meu pastor, que viajara, pedindo-me para visitar uma anciã que saudosamente solicitou a presença da igreja em sua casa. Percebi então ali que estava diante da minha primeira atribuição como presbítero.

O que para mim, normalmente, seria algo de bastante apreensão não foi. Talvez pelo fato da Vovó Linhares ser uma das cristãs mais doces que conheci, ou talvez pelo fato que eu não estaria a visitá-la só, ou pelo fato de não sermos tão distantes, apesar da diferença de idade. Creio até que o motivo de minha calma partiu da certeza de que neste contato entre nós não seria eu o abençoador, mas sim o abençoado, como assim fui.

Posso dizer que não visitei uma senhora de noventa e seis anos carente de atenção, mas sim uma senhora que ao longo de sua vida com Deus (e bota longo nisto!) compreendeu o que a Igreja de Cristo, apesar dos pesares, é o melhor lugar pra estar. Que apesar de termos vários amigos por perto, estima de vizinhos, familiares ao redor (como ela tem), não há lugar mais acolhedor e quente para se estar do que a Igreja do Senhor. Posso dizer que estive diante de alguém que entendeu o grande mistério da Igreja de Cristo. Que entendeu tanto essa relação que com prazer separa seu dízimo e sua oferta. Posso dizer que realmente Vovó Linhares é uma serva que muito tem a ensinar sobre a fé, que doce fé!

Percebo que nos próximos dois anos como presbítero receberei muito mais do que posso dar.

Que o Senhor me dê Graça. Amém!

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Outras meninices


Existem coisas que achamos que conhecemos bem e na verdade somos grandes ignorantes no assunto. Por exemplo, quando me casei eu montei a maioria de meus móveis. Um deles, o balcão da cozinha, foi montado por mim com muito cuidado, minúncia e "precisão". Não foi o primeiro a ser montado, nem tinha o esquema mais complicado, estava moleza! Até o finalzinho da montagem estava tudo jóia, tudo se encaixava perfeitamente até que percebi a falta de alguns pinos, também percebi que sobravam parafusos, que droga!!! Até hoje ele é meio tortinho.

Estas coisas acontecem o tempo todo, pelo menos comigo. Quando eu estava na faculdade de vez em quando eu saía das provas com idéias equivocadas a respeito do meu desempenho. Já proporcionei vários desgostos aos meus professores, escrevia cada absurdo! Uma professora muito querida (Prof. Rosa Marquez) escreveu em uma de minhas provas de cálculo 3: "Que vagunça!" (com "v" mesmo!). Perceba como ela foi misericordiosa ao não chamar a atenção para as bobagens escritas mas sim para a bagunça. Também note como ela ficou assustada com minha prova mal feita, "escrebeu" bagunça com "v"!

Este tipo de equívoco também ocorre na caminhada cristã, mais uma vez: pelo menos comigo. Quando me converti ao meu Senhor, meus líderes me ensinaram algumas coisas ligeiramente equivocadas, outras não muito ligeiramente e também muitas coisas que são verdadeiras e as guardo comigo como bem precioso.

Pra mim é muito difícil separar estas coisas. Eu era um adolescente confuso e novo convertido. Em um curto espaço de tempo experimentei muitas coisas novas: a caminhada cristã, a vida na igreja, novas amizades e ainda tinha a música que me encantava de forma semelhante a descrita
por Oswaldo Montenegro na música Lua e flor (aquela do Sassá Mutema, lembra?) "Eu amava como amava um pescador, que se encanta mais com a rede que com o mar." Não é fácil discernir coisas daquele tempo.

Uma coisa que me marcou muito foi a música Projeto de Deus (Tu és Deus, de graça e ...., Lembra, ? Todo crente sabe essa. Se vc não for crente e quiser ouvir esta canção clique aqui, vale a pena!). O último verso pra mim foi muito impactante: "Pois minha vida é um projeto de Deus e nada pode Mudar". Eu cantava com toda a força de meu pulmão este verso que de fato considero verdadeiro, mas eu não o entendia muito bem, tinha certeza que o entendia, mas eu estava errado.

Eu sentia que todos os meus planos, que eram muitos, parte deles bem ousados, estavam todos garantidos "Pois minha vida é um projeto de Deus e nada pode Mudar". Me sentia poderoso e seguro. Pouco a pouco fui me frustrando, uma coisinha aqui que não acontecia, outra coisona ali que, com certeza, nunca iria acontecer. Deus não estava parecendo muito "fiel" comigo. Fiquei bastante confuso em certo momento de minha vida cristã.


Percebi então o óbvio, a minha vida é um projeto de Deus!!! Como
demorei tanto para notar isto?
O projetista, ou o tapeceiro segundo Stênio , não sou eu! Que tolo que fui! Tentei moldar a minha vida e também as ações de meu Deus como se eu tivesse alguma capacidade para isto. Tentei "montar" a minha história como se possuísse a visão além do alcance da espada justiceira (desculpem-me a referência aos Thundercats). Mais uma vez: que tolo que fui! Quanta meninice!

Hoje canto este verso com mais entusiasmo e devoção que no passado. Canto me sentindo amado e em segurança. Canto tendo a certeza que sou Dele e que estarei para sempre com meu Deus. Pois minha vida é um projeto de Deus e nada pode Mudar.



sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Entendeu?


As vezes as coisas mais banais do mundo se tornam em enigmas insolúveis. Também acontece o contrário outras vezes. Percebo claramente isto quando estou trabalhando. Algumas coisas que eu, e até mesmo alguns dos meus alunos, achamos banais outros alunos acham complicadíssimas. Seria uma grande tolice achar que isto ocorre porque uns são mais "espertos" que outros, pois em uma boa parte das vezes o que não entendeu só não entendeu porque fez uma associação com outro conhecimento ligeiramente (ou grosseiramente) equivocada ou simplesmente porque eu ensinei algo errado.

É engraçado que em certas situações o não entender é mais honroso que o entender, note o caso que eu citei: um professor ensina algo errado e você aprende facilmente; que honra há nisto?

Entender bem algo envolve muitas coisas. Quantas vezes eu ouvi de várias bocas (inclusive da minha) "quanto mais eu estudo mais entendo que conheço pouco meu objeto de estudo". Entender bem algo envolve compreender sua complexidade, o que e porque cada detalhe é difícil, ou fácil, saber identificar que conhecimentos extras me faltam, entre muitas outras coisas.

Quando nos deparamos com a bíblia algumas vezes temos a impressão que sabemos tudo. Talvez não todas as histórias com seus personagens ou as genealogias completas, mas (pelo menos eu, as vezes) temos a equivocada ideia que entendemos bem como "funciona" a mente de Deus. O vasto conhecimento teológico (não que seja meu caso) pode, talvez, nos afastar do verdadeiro conhecimento bíblico, do conhecimento que de fato é poderoso e eficaz.

Na quarta estávamos eu, Luizete e Cid em um papo informal sobre coisas corriqueiras até que Cid começou a descrever algumas coisas bem desagradáveis que aconteceram no seu passado e como ele encarou a situação. Ele nos falou que certa vez abriu a bíblia em Filipenses 4 e nos expôs o que entendeu do seguinte texto:

Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece.
Não me lembro exatamente de suas palavras mas confesso que quase exclamei, imitando meu mestre Jesus, "Feliz é você, Simão (Cid), filho de Jonas (qual será o nome do pai de Cid?)! Porque isto não lhe foi revelado por carne ou sangue, mas por meu Pai que está nos céus."

Certamente este é um dos grandes mistérios do evangelho. Por mais que estudemos muito sobre ele, e de fato devemos fazer isto, as grandes verdades transformadoras são reveladas e cravadas em nossos corações por uma ação graciosa de nosso Deus. O conhecimento que transforma nossa vida não é fruto de estudos aprofundados! Que ninguém me entenda mal, o estudo aprofundado é, na minha opinião, muito importante, quero apenas dizer que este conhecimento pode se tornar inútil.

Ontem, em nossa reunião, um irmão muito amado se "queixou" comigo de que não entendia muito bem as coisas que lia na bíblia. Perceber que não entende e se preocupar com isso não é algo desprezível, principalmente quando se trata da palavra de Deus. Minha oração foi, e ainda é, que o Espírito o ilumine para que meu irmão entenda e aplique em seu dia-a-dia a palavra de Nosso Senhor e Salvador, porém já percebo a ação de Deus, pois meu irmão não é como meus alunos que aprendem tudo que eu ensino, mesmo quando eu estou errado.

Buscar a Deus deve ser nossa "delícia" como diz uma música de Gerson Borges. Entender completamente nosso Deus é algo impossível, no entanto temos seus estatutos e nossa vida inteira para examiná-los, aprende-los e até mesmo cantá-los. Não por acaso cantamos esta música ontem. Coloquei a música e a letra abaixo.

Gerson Borges - A Minha Delícia

Rios de águas
Correm dos meus olhos
Quando não guardo a Tua Lei
Teus mandamentos,
Os Teus preceitos,
São perfeitos, eu sei

Teu estatuto é a minha canção,
A alegria do meu coração!

Sou peregrino na terra,
Tua palavra não esquecerei,
A minha delícia é a Tua Lei!

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Meninices


Esta coisa de não ser mais um menino é uma droga! Eu entendo bem o Sr. James Matthew Barrie (este é o sujeito que criou o Peter Pan!). As vantagens de ser um menino são inúmeras!!! Não vou descrevê-las pois tenho certeza que você já pensou nestes três segundos em vária delas, eu também estou pensando em muitas agora.

Quero falar somente sobre a maneira como um menino pode encarar o mundo. De como a palavra liberdade tem um significado muito mais forte quando somos crianças, de como nossas atividades têm um sabor sempre pitoresco, tantas novidades diariamente...

Eu era(sou) muito curioso. Gostava sempre de futucar as coisas, descobrir seus mecanismos, saber de onde elas vêm. Os meninos têm esta liberdade, eles não precisam saber de nada, eles não precisam estar prontos para resolver algum problema de última hora ou coisa do gênero. Um menino pode simplesmente chorar caso alguma coisa dê errado. Isto é, de fato, sensacional! Um menino pode se comportar ousadamente no lugar mais perigoso sem precisar medir muitas coisas. Por exemplo, eu podia pegar meu bem mais precioso, um brinquedo novo, abrir a caixa de ferramentas de meu pai, escolher uma chave adequada, desmontá-lo completamente e, é clálo, nunca mais conseguir montá-lo de novo. Eu não só podia como também fazia e estranhamente não me preocupava em perder o brinquedo.

Certo dia percebi claramente que não era mais um menino, entrei pela primeira vez em uma sala de aula como professor. Foi em um pré-vestibular comunitário numa igreja católica. Eu como professor tinha, é óbvio, a obrigação de saber o que eu iria ensinar. Não havia mais espaço para experimentações, tentativas impensadas ou choro. Simplesmente me tornei professor e tinha que vestir repentinamente esta carapuça. Foi aterrorizador!

Como eu já disse, um menino não precisa estar pronto, e nem se preocupar com isso. Nestes dias me senti menino novamente. (que jóia, né?) O cantor (ministro de louvor, se preferir) da ICA se licenciou por um período, que eu espero que não seja muito longo, de suas atividades. Luis Carlos, ou luizete para os íntimos, está pastoreando seu coração. (seja isto o que for) Imediatamente a responsabilidade da preparação da música para o culto veio para mim. Então meu amigo (e tecladista/Guitarrista) Cid me disse uma frase estranha: "Não se cobre tanto, você está fazendo uma coisas que não está acostumado a fazer e está dando o seu melhor." Me senti um meninão! Ele, talvez mesmo sem querer, me disse: "Tudo bem que você está cantando mal!" Não sei se minha percepção esta correta, mas foi assim que me senti.

Percebi então que podemos ser meninos, no sentido do parágrafo anterior, em alguns aspectos e em outros não. Um experimentado médico se comportará como um meninão se colocarmos uma agulha de tricô em suas mãos.

O elemento chave para todos estes conceitos de meninice é a figura do pai. Nada do que escrevi lá no início vale para um órfão, tenha o pai morrido, desaparecido ou simplesmente se ausentado, mesmo que fisicamente presente. Esta liberdade da experimentação pela experimentação só é permitida a alguém quando existe algo que lhe dê suporte. De que vale o choro se não existe ninguém para consolar?

Sempre me assustava quando lia em Marcos 10:15

Digo-lhes a verdade: "Quem não receber o Reino de Deus como uma
criança, nunca entrará nele"
Quando se é adolescente ser chamado de criança é praticamente um xingamento, mas nosso mestre nos ensina a receber o Reino de Deus como uma criança, ou melhor nos exorta dizendo que esta é a única forma de receber o reino de Deus.

Talvez Jesus estivesse falando da nossa forma de encarar a vida e o nosso Pai Celeste. Que os cristãos emancipados são na verdade falsos cristãos. E também que temos um pai para ouvir nosso choro.








segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Uma irmã da ICA

Conheci esta Irmã vendendo pasteis numa esquina próxima a ICA. Eu e alguns amigos estávamos sempre por lá. Era um lanche bom e barato. Não era tão legal quanto a "Tia da Verruga", mas comer pastel numa esquina sob uma marquise de loja de auto-peças tem seu charme. Depois de um pouco de tempo a "irmã do pastel"(1) estava conosco na ICA. Alguns podem afirmar que isto ocorreu devido ao carisma do "Reverendo"(2) que também estava sempre por lá e batia altos papos com ela e/ou qualquer outra pessoa que estava ao seu alcance, coisa de pastor, mas eu acredito que existe algo além.

Nesta quinta ela estava em nossa reunião. Foi bem bacana, até cantei aquela música do Grupo Elo (lembra? não? Tudo bem!) Calmo, sereno e tranqüilo... (A música é mais fácil de lembrar!), acho que esta canção expressa bem como deve ser a Vida Cristã. A Maria Luiza fez colocações muito relevantes sobre Neemias e a reconstrução de Jerusalém, mas o melhor ficou para o final, ou melhor para depois do final. Após o Terra encerrar começamos a bater papo sobre coisas diversas, até que Lenilda, não lembro exatamente porque, começou a falar de como foi a sua conversão a Cristo. Foi um relato realmente emocionante e emocionado, não vou contá-lo aqui pois acho que seria um pouco inconveniente. Se alguém quiser ouvir peça para ela contar, vale a pena!

Neste momento percebi algo. Veio a minha mente a história relatada em Lucas 5


Certo dia, quando ele ensinava, estavam sentados ali fariseus e mestres da lei, procedentes de todos os povoados da Galiléia, da Judéia e de Jerusalém. E o poder do Senhor estava com ele para curar os doentes. Vieram alguns homens trazendo um paralítico numa maca e tentaram fazê-lo entrar na casa, para colocá-lo diante de Jesus. Não conseguindo fazer isso, por causa da multidão, subiram ao terraço e o baixaram em sua maca, através de uma abertura, até o meio da multidão, bem em frente de Jesus. Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse: “Homem, os seus pecados estão perdoados”. Os fariseus e os mestres da lei começaram a pensar: “Quem é esse que blasfema? Quem pode perdoar pecados, a não ser somente Deus?” Jesus, sabendo o que eles estavam pensando, perguntou: “Por que vocês estão pensando assim? Que é mais fácil dizer: ‘Os seus pecados estão perdoados’, ou: ‘Levante-se e ande’? Mas, para que vocês saibam que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados” — disse ao paralítico — “eu lhe digo: Levante-se, pegue a sua maca e vá para casa”. Imediatamente ele se levantou na frente deles, pegou a maca em que estivera deitado e foi para casa louvando a Deus. Todos ficaram atônitos e glorificavam a Deus, e, cheios de temor, diziam: “Hoje vimos coisas extraordinárias!”


Percebi algo óbvio: De fato, é muito mais fácil dizer "levante-se e ande" que "Os seus pecados estão perdoados". Eu notei dois aspectos, o primeiro é que, como não sabemos com precisão porque este homem era paralítico, é possível que nos dias de hoje, com a ciência, ele teria alguma chance de ser curado ou até mesmo de não chegar a esta situação devido a um tratamento adequado após o seu suposto (por mim) acidente. Ou seja, algo que a primeira vista é muito mais "poderoso" não chega nem perto do fato de alguém ser perdoado por Cristo, pois este perdão acarreta uma mudança interior que a ciência não pode e nunca poderá gerar. Nem mesmo a maior das mentes humanas é capaz de transformar pedra em carne!

Além disto Jesus, para curar este homem, usa uma porção ínfima de seu infinito poder e para perdoá-lo entrega-se voluntariamente para a humilhação e o sofrimento. Ele morreu na cruz por ele e (muito obrigado Senhor!) por mim.

Confesso que primeiro pensei na música do Stênio (coloquei a letra e a música no final) do que na passagem bíblica propriamente dita. Tentarei não citar o Stênio na próxima postagem, será bem difícil. Suas músicas são realmente importantes para mim. O modo que ele usou para contar esta história além de comovente é transformador.

Tenho certeza que uma das razões para esta irmã ser "Icaniana"(3) é o cuidado de Deus por mim. Mais uma vez, muito obrigado!!!




Lenilda está ao microfone!



VELHA AMIZADE
Stênio Marcius

Era um aleijado mas que não vivia só
Tinha quatro amigos
Quatro corações repletos de bondade e fé
Esperança à vista
Quatro cordas, cada uma numa ponta de uma cama
Um buraco aberto no telhado
Muita sincronia, equilíbrio e pontaria
Quatro amigos que não sabem o que é
desistir, duvidar

Desce aquela cama bem no centro do lugar
Onde estava Cristo
O que é mais difícil, quem irá me responder
Perdoar ou curar?
Sai andando o aleijado carregando o seu leito
Como é livre alguém que é perdoado!
No telhado, quatro homens abraçados
Lágrimas e risos, me responda o que é difícil
Para Deus operar?

Olha os cinco amigos, até parecem com os guris do lugar
Sobe na figueira,pula a ribanceira, banho de cachoeira, pó, lama e poeira
Travessuras mil pra fazer
Como foi há tempos atrás
Chega de sofrer, chega de lembrar
Bobo é quem por último chegar!





(1) Como eu a chamava até gravar o seu nome
(2) Como eu gosto de chamar o Pr.
(3) Como eu chamo os membros da Igreja Cristã Atos (ICA)



sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Fim de Tarde No Portão

Esta é a letra da música do Stênio Marcius que mencionei e também um vídeo do próprio Cantando.


Fim de Tarde No Portão

Stênio Marcius


Fim de tarde no portão
A cabeça branca ao relento
Teimosia de paixão
Faz das cinzas renascer alento

Na estrada o seu olhar
Procurando um vulto conhecido
Espera um dia abraçar
Quem diziam já estar perdido

O seu amor é tão forte
Mais que o inferno e a morte
São torrentes que arrebentam o chão
Mais fácil secar os mares
Apagar a estrela antares
Que arrancar o amor de seu coração
Fim de tarde se debruça no portão

Mas um dia aconteceu
E o moço retornou mendigo
O pai depressa correu
E abraçou o filho tão querido

Tragam roupas e o anel
Calçem logo os seus pés, milagre!
Vinho do melhor tonel
Tanta alegria em mim não cabe

O seu amor é tão forte.....
Fim de tarde está deserto o portão




Coisas simples

Ontem participei de uma reunião na ICA e coisas interessantes aconteceram. Meu amigo Marcelo falou a respeito da parábola do Filho Pródigo (Lc 15), algo muito simples que poderia, de fato, ser visto como algo bem corriqueiro, e era exatamente assim que estava encarando a situação, pelo menos até certo momento. Eu e os outros que estavam lá já ouvimos falar, talvez, centenas de vezes (se juntarmos todos) a respeito de todas as coisas que Marcelo Falou, ele não fez nenhuma especulação pitoresca ou trouxe uma nova perspectiva inusitada, ela falou o que todos nós já ouvimos, até mesmo em forma canções (vale a pena aqui lembrar do CD do Pr. Gerson Borges que é..., tem também uma música composta pelo Stênio Marcius realmente linda, inclusive a cantamos ontem).

O que me chamou a atenção foi quando o Marcelo terminou de falar e o Terra, outro grande Amigo, tomou a palavra. O impacto das coisas tão simples faladas pelo Marcelo no coração do Terra foi assustador! Por um momento fiquei encabulado pois não dei muita importância para o que Marcelo disse, logo após notei que aquilo que estava acontecendo não foi causado pela fala de ninguém: presenciei O Espírito de Deus agindo! Aquilo que não tinha passado de minha mente penetrou de forma assustadora no coração do Terra e ao notar isto minha vergonha de não ter dado muita atenção a um amigo falando se tornou totalmente sem sentido e se transformou num sentimento que não sei explicar. Vou perguntar ao Terra pra ver se ele sabe.