Quem nunca ouviu ou falou: “Jesus te ama!” alguns até complementavam: “Jesus te ama e eu também!” alguns com segundas intenções, outros não. O que é importante é que esta simples frase, que se tornou um chavão evangélico, transmite uma informação capaz de transformar qualquer pessoa, isto quando compreendida plenamente. Entender que, de fato, Jesus me ama e entender também quem é Jesus e o que Ele fez para a humanidade é poderoso suficiente para transformar o homem mais perverso em um cristão piedoso.
Quero continuar falando sobre este assunto a luz de uma história contada por Jesus. A parábola do filho pródigo , registrada em Lucas 15, é uma das mais pregadas, comentadas ou cantadas passagens da bíblia. Quem já leu sabe o porque disso, a essência desta história e emocionante e transformadora. Falarei um pouco sobre o filho mais velho relatado por Jesus.
O irmão mais novo deste personagem cometeu o ato de desrespeito mais profundo que alguém poderia imaginar: pediu ao Pai deles, ainda em vida, a parte da herança que lhe cabia. Este fato isolado já seria motivo para grande revolta, o irmão mais novo de nosso herói praticamente disse ao seu pai, e para quem mais quisesse ouvir, que ele desejava que o pai estivesse morto. O que mais chocou o mais velho, no entanto, não foi este pedido maldito, mas sim que o seu amado pai o atendeu.
Não demorou muito, após ter recebido a herança, o filho mais novo partiu para um lugar distante e em um relativamente curto espaço de tempo gastou todo o seu dinheiro e acabou voltando para a casa. Durante este tempo, o mais velho passou a servir o seu pai com mais zelo ainda, trabalhava dia e noite, tudo na fazenda estava em ordem, o mais novo não fazia nenhuma falta. Era difícil para ele entender porque o pai parecia tão triste, aquele rapaz, que outrora era chamado por ele de irmão, cometeu um ato tão grave antes de partir, que a sua viagem deveria ser para todos um prazer.
No final de mais um dia de trabalho, chegando em casa para descansar para outro dia de muito labor, o mais velho ouviu um som de festa em casa. Imediatamente desconfiou, mas sem ter certeza chamou aos gritos um empregado e perguntou o que estava acontecendo, qual era o motivo de tanta festa. Sem pensar duas vezes o empregado exclamou com alegria: O seu irmão voltou e o seu pai mandou preparar uma grande festa! Fico imaginado a reação do empregado quando percebeu a ira no rosto do mais velho, certamente ele esperava ver um rosto feliz e também certamente ouviu alguns insultos ou sofreu agressões, coitado.
Como o mais velho não queria entrar de maneira nenhuma em casa o pai foi ao seu encontro. É neste diálogo que quero refletir sobre o amor.
“O filho mais velho encheu-se de ira, e não quis entrar. Então seu pai saiu e insistiu com ele. Mas ele
respondeu ao seu pai: ‘Olha! todos esses anos tenho trabalhado como um escravo ao teu serviço e nunca
desobedeci às tuas ordens. Mas tu nunca me deste nem um cabrito para eu festejar com os meus amigos. Mas quando volta para casa esse teu filho, que esbanjou os teus bens com as prostitutas, matas o novilho gordo para ele!’
“Disse o pai: ‘Meu filho, você está sempre comigo, e tudo o que tenho é seu. Mas nós tínhamos que celebrar a volta deste seu irmão e alegrar-nos, porque ele estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi achado’ ”
1- A essência do amor do pai
O filho mais velho encheu-se de ira, e não quis entrar
O fato do mais velho não entrar em casa queria dizer algumas coisas. A primeira é que ele achava a atitude do pai totalmente incoerente. Não faz o menor sentido o pai receber em casa, e ainda com festa, um traidor. Ele também achava injusto o outro filho de seu pai gozar dos benefícios da fazenda, ele já esbanjou o que tinha direito, na verdade ele estava gozando da parte que seria do mais velho. Participar de tanta incoerência e injustiça seria o significado de entrar na casa.
A grande dificuldade do mais velho é entender essência do amor do pai. O amor do pai é por seus filho não por suas ações. È fato que o pai reprova atitudes de seus filhos, mas o seu amor está acima disso. O seu amor é incondicional. Logo o pai não está sendo injusto, está exercendo o seu amor.
2- A essência do ciúme do mais velho
“Olha! todos esses anos tenho trabalhado como um escravo ao teu serviço e nunca desobedeci às tuas ordens. Mas tu nunca me deste nem um cabrito para eu festejar com os meus amigos. Mas quando volta para casa esse teu filho, que esbanjou os teus bens com as prostitutas, matas o novilho gordo para ele!”
O mais velho, por não entender o amor do pai, se sentia por cima do mais novo. Todos os anos de serviços prestados e de fidelidade, na sua mente, o qualificavam como melhor filho. O ato de receber de volta o mais novo era uma traição. Preparar uma festa com as melhores comidas e bebidas, com danças e música, deveria ter outro motivo, esta festa deveria celebrar a justiça e a retidão do mais velho! Esta foi a reclamação: para mim, que sou fiel, nunca demonstraste tanto amor e para este outro traidor fazes todo este carnaval!
A questão passou do que o pai fez pelo mais novo para que o pai nunca fez pelo mais velho. O ciúme se revelou de maneira intensa. Para o mais velho era algo impossível comparar os dois irmãos, ele era obviamente o melhor, em todos os aspectos, isto estaria fora de discussão, mas a atitude do pai parece dizer exatamente o contrário. O sentimento de traição invade o coração do mais velho.
3- Os Bem-Amados do pai
“Meu filho, você está sempre comigo, e tudo o que tenho é seu. Mas nós tínhamos que celebrar a volta deste seu irmão e alegrar-nos, porque ele estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi achado”
Esta foi a resposta do pai diante de todo ciúme do mais velho: “Meu filho, você está sempre comigo, e tudo o que tenho é seu.” Esta resposta aparentemente simplória revela algo sobre a relação entre o pai e o mais velho: O mais velho não tinha idéia do amor do pai por ele. O mais velho não compreendia o fortíssimo laço que o unia ao seu pai.
Ser amado, aceito, respeitado, incluído é tudo que queremos. Se prestarmos a atenção em nossas atitudes e palavras durante a vida vamos notar que uma parte muito grande do nosso tempo é gasta nas mais diversas tentativas de sermos amados, respeitados, admirados ou aceitos. Nossa carreira profissional, nossos bens, nossas palavras estão repletas destas coisas, queremos ser importantes e queremos que os outros saibam disso, ser admirado pelo que fazemos é um grande prazer, isso é verdade, ninguém pode negar.
O difícil de entender é como o pai amava igualmente os dois filhos, suas atitudes são tão diferentes. Aí habita a grande crise do mais velho, ele acha que o amor do pai está relacionado a tudo que ele faz de bom. Ele não entendia o grande amor do pai, que está acima de todas as circunstâncias. Como ele ama igualmente os dois, um sempre está com ele e o outro acabou de chegar de uma longa e desgastante viagem é natural festejar o reencontro. Olhando pela ótica do amor do pai nada do que foi feito é incoerente ou injusto, tudo faz sentido e é natural.
Quando compreendemos nossa condição de bem-amados do Deus altíssimo tudo muda em nossa vida. Esta compreensão Gerada pelo Espírito em meu ser é suficiente para me transformar em um homem fiel a Deus em tudo, sem murmurações ou ciúmes. Não preciso mais fazer malabarismo para ser aceito, Jesus realmente me ama. A esperança de estar com ele eternamente nos traz uma paz e uma segurança incompreensíveis para os não entenderam este amor.
Viver como Bem-Amado do Altíssimo e gozar todos os benefícios deste infinito e incondicional amor é talvez expressão mais precisa da vida abundante prometida por nosso Senhor e Salvador.
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